Mais de 260 euros. Este é o valor que poderá poupar por ano em gastos com combustíveis se fizer a escolha correta do posto de abastecimento para atestar o depósito do seu carro. Os dados do site “Preços dos Combustíveis”, da Direção Geral de Energia e Geologia, permitem verificar que as diferenças de preços dos postos de abastecimento espalhados por todo o País chegam a atingir os 18 cêntimos no caso do gasóleo e 20 cêntimos no caso da gasolina. Valores que num depósito de 50 litros podem fazer muita diferença. Sem surpresa, são as chamadas bombas “low cost”, pertencentes às cadeias de super e hipermercados, aquelas que praticam os preços mais baratos. E, se até agora, havia muitos consumidores que se recusavam a aderir aos combustíveis low-cost por terem receio de que estes combustíveis tivessem menos aditivos e uma qualidade inferior aos comercializados pelos postos das marcas de referência, a partir de agora essa barreira deixa de fazer sentido.
Um teste recente elaborado pelos especialistas da Deco revelou que não existem praticamente diferenças entre o gasóleo comercializado pelas bombas low-cost, do gasóleo regular e do premium. “Os quatro carros que utilizamos exibiram consumos muito idênticos e, no interior do motor, não vislumbrámos diferenças relevantes nos depósitos”, referem os especialistas da associação em comunicado. Neste teste, os carros percorreram 12 mil quilómetros.
Faça as contas
Embora no consumo e manutenção não tenham sido detetadas diferenças assinaláveis nos combustíveis analisados, o mesmo não se pode dizer dos preços praticados. O Saldo Positivo analisou os preços praticados pelas várias marcas nos distritos de Lisboa e do Porto – com base nos dados da Direção Geral de Energia e Geologia– e é possível verificar que os cinco postos mais baratos nos dois distritos pertencem às bombas low-cost. Já os mais caros situam-se nas auto-estradas e pertencem, na maioria, a bombas de marca de referência. As diferenças de preços entre abastecer no posto mais barato em detrimento do mais caro nos dois distritos rondam os 14 cêntimos por litro, quer no gasóleo, quer na gasolina. Feitas as contas, para um depósito de 50 litros, os consumidores podem poupar até 7,3 euros por depósito. Um valor que ao final do ano poderá ser apreciável, já que se os consumidores atestarem o carro em média três vezes por mês, ao fim de 12 meses terão poupado cerca de 262 euros se optarem pela bomba mais barata.
Combustíveis low cost vão ser dinamizados
Perante estes dados, não é de estranhar que os combustíveis low cost estejam a ganhar terreno em Portugal. Segundo um estudo revelado no último Verão pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), o gasóleo e a gasolina comercializados pelos postos detidos pelos hipermercados já detêm uma quota de 31,9% do mercado de combustíveis em Portugal. Os números poderão crescer ainda mais nos próximos tempos. Não só devido ao fator crise que poderá levar mais famílias a optarem por este tipo de bombas, mas também pelo facto do próprio Governo ter manifestado vontade em dinamizar os combustíveis low cost. Aliás, este objectivo está mesmo inscrito na proposta de Orçamento do Estado para 2013. Neste sentido, foi aprovada esta semana uma proposta apresentada pelo PSD e CDS/PP com vista à dinamização deste sector. “As instalações de abastecimento de combustíveis líquidos e gasosos derivados do petróleo, designados por postos de abastecimento de combustíveis, devem assegurar aos consumidores a possibilidade de livre escolha das gamas de combustíveis líquidos mais económicos, nomeadamente os não aditivados”, refere a proposta. No entanto, será ainda necessária a publicação de regulamentação específica que definirá quais os tipos de postos de abastecimento de combustíveis que esta proposta vai abranger.
Fonte:http://www.saldopositivo.cgd.pt/