BP admite que está a ter maior margem na gasolina agora do que no pico dos combustíveis em 2008
A BP admite que está a ter maior margem na gasolina agora do que no pico dos combustíveis em 2008, mas justifica que este aumento cobre custos acrescidos, enquanto a Galp diz que pratica um preço justo.
«Importa referir que sobre o preço dos produtos refinados acrescem os custos de armazenagem e custos de distribuição sobre todos os produtos que constituem o nosso "core business"», admitiu à Lusa o director de comunicação da BP, Luís Roberto.
Além da armazenagem e distribuição, a BP também admite custos acrescidos com a sua própria organização, incluindo custos com salários e outros.
"Além dos custos inerentes à nossa actividade, a BP Portugal tem de assegurar diariamente o normal e correcto funcionamento de todas as infra-estruturas da empresa, bem como de toda a sua estrutura organizativa associada. Estas despesas, obviamente, têm de ser suportadas pelos dividendos resultantes da nossas operações", adiantou. O mesmo porta-voz acrescenta, por outro lado, que a margem maior deve-se à necessidade legal de assegurar reservas de produtos petrolíferos.
"Outro factor importante, e que resulta do estrito cumprimento da legislação em vigor, é o de que a BP Portugal está obrigada a contribuir para as reservas de produtos petrolíferos nacionais equivalente a, pelo menos, 90 dias de consumo interno diário médio, durante o ano civil anterior", indicou Luís Roberto.
Já a Galp admite a margem maior, mas contrapõe que a empresa "reflecte, semana após semana, os valores médios das cotações do gasóleo e da gasolina no mercado europeu e em linha com o que acontece nos restantes países da Europa", como mostram as análises ao mercado.
"Em particular, antes de impostos, está perfeitamente em linha com os preços praticados no mercado espanhol que é cinco vezes maior que o português", acrescentou a petrolífera.
Por outro lado, a empresa liderada por Ferreira de Oliveira referiu que "a distribuição de produtos petrolíferos é um negócio em que as margens são afectadas por uma multiplicidade de factores, das cotações dos produtos aos custos operacionais ou às quantidades vendidas".
Uma análise aos preços dos produtos refinados (gasolina 95) nos mercados internacionais, aos preços em bomba e às variações de fiscalidade (tanto agora como em 2008) feita pela Associação de Empresas Petrolíferas (APETRO) mostra que a margem bruta de referência do sector petrolífero cresceu pelo menos 1,5 cêntimos em relação ao pico de 2008.
fonte:http://www.autoportal.iol.pt